domingo, 31 de agosto de 2014

underlove



Muitas vezes me pego procurando algo que eu nunca encontro. Procuro em relacionamento perfeito. Uma amizade perfeita. O mundo tem ensinado errado, a nossa cultura tem ensinado errado às pessoas a forma de relacionar. 
Em todos os lugares podemos perceber o quanto a cultura, as pessoas colocam uma importância enorme nos relacionamentos. Colocam sempre um peso gigantesco naquela pessoa amada, naqueles amigos inseparáveis. Eles parecem carregar a chave da felicidade do outro. 
Quero dizer também que os filmes, os desenhos, a disney, os contos infantis tem preparado pessoas grandes e pequenas para serem alvos desse sofrimento de desencantamento. 

Eles não ensinam que o amor e a amizade não é para sempre. Que eles mudam, e se transformam. Os amigos se distanciam, começam a namorar, se mudam para outra cidade, outro país. 

Certa vez ouvi uma colega dizer que pelo que ela assiste na televisão, ou ler, se ela não tivesse um namorado ela estaria muito triste. Ou seja, que os meios de comunicação seriam capaz de torná-la infeliz, tamanha era a influência deles.

Sei, sei bem, talvez uma das pessoas que mais sabe: a solidão dói.

Eu me sinto muito sozinha, na maioria da vezes. É uma batalha diária ir contra ao consentimento do mundo, ir contra os desejos de infância, ir contra o final feliz. Não que ele não deva ser feliz, mas perceber que a felicidade pode vir de várias formas, e que a dos filmes pode não ser a sua.

Ultimamente tenho olhado mais pro meu umbigo. E visto o quanto ele é especial e o quanto ele não precisa da opinião alheia. É um sentimento de bastar-se. De deixar as coisas correrem e de segurar as pontas, as minhas pontas. De não justificar o que eu gosto, ou o que tenho, ou o que sou.

É um me amar mais pra te amar melhor.

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